por Augusto Vargas, sexta, 28 de
Outubro de 2011 às 02:22
Antes de falar sobre o Fórum, quero agradecer a Deus pelas oportunidades que tenho tido, ao prefeito Sérgio Sessim pela confiança e o carinho demonstrado no dia a dia do nosso trabalho, e ao apoio irrestrito que venho recebendo de minha família, e de meus amigos, nesses dois anos e meio, à frente da Secretaria de Cultura de Nilópolis.
Agradecer ao Deputado Federal Simão Sessim, pela sensibilidade e o empenho em tudo que se refere às coisas da cultura, e que é, sem dúvida alguma, junto com o prefeito, responsável pelos avanços significativos na implantação de uma nova maneira de se olhar a política cultural em nossa cidade.
Agradecer também, ao companheirismo e o elevado espírito público dos secretários municipais de cultura, membros deste Fórum de Secretários de Cultura da Baixada Fluminense. E convidar o vice presidente do Fórum Andersom Batata Secretário de cultura de Nova Iguaçu e a Secretária Geral Nadia Alvares secretária de Cultura de Seropedica que formam esta primeira presidência eleita de maneira consensual e unânime.
Externar a dimensão da criação deste Fórum não é uma tarefa fácil. Levando-se em conta o que representa a Baixada Fluminense nos mais variados aspectos, cultural, social, humano, econômico e político, nos deparamos com um gigante capaz de definir, desde que saiba a força que possui, os destinos de nosso estado.
Para que isso aconteça, é necessário que aja organização e articulação. Em nosso DNA está presente,
como herança de nossos antepassados, o nosso potencial de planejamento e o
estado de alerta, o que fez com que a humanidade primitiva não sucumbisse
diante dos grandes predadores e de todos os outros perigos. Ao longo do tempo o
desenvolvimento cultural nos fez refletir que sempre podemos transformar para
melhorar.
Vivemos em uma região com quase 4 milhões de habitantes, com um patrimônio
cultural riquíssimo, celeiro de talentos que coloca o Estado do Rio de Janeiro
em posição de destaque diante do mundo.
A casa da Fazenda São Bernardino
A exuberância da mata atlântica, preservada na Reserva Biológicas do Tinguá e nos Parques Naturais de Nova Iguaçu e Mesquita, o parque nacional da serra dos órgãos em Guapimirim e Mage, e do Gericinó em Nilópolis, impressionam os que enchem os pulmões com o ar puro da Baixada Fluminense.
No campo da imaterialidade podemos citar os terreiros de Umbanda e de
Candomblé, que chegam a superar, em número, até mesmo os da cidade de Salvador
na Bahia, as Quadrilhas juninas, as Folias de Reis, os tapetes de Corpus
Christi, a Festa do Divino, o carnaval, com destaque para os blocos de embalo e
as escolas de samba que dão projeção internacional para região, como a Leão de
Iguaçu, Inocentes de Belford Roxo, a Grande Rio e a Beija Flor de Nilópolis,
varias vezes campeã do carnaval carioca. As manifestações da dança , da música,
da capoeira, da literatura, do teatro, das artes plásticas, do artesanato, do
cinema destacando o cineasta Marcelo Marão ganhador de diversos prêmios
internacionais de animação pelo mundo a fora, são alguns dos muitos exemplos
que constatam a importância e o grande potencial cultural da Baixada Fluminense
para o estado, para o Brasil e para o mundo.
Lamentavelmente boa parte destes patrimônios se encontram em situação de risco eminente, grande parte por descaso e falta de políticas públicas.
Um grande desafio para este Fórum de Secretários, juntos com seus respectivos Prefeitos, o Estado e a União, é criar mecanismos para redirecionar o rumo do desenvolvimento econômico, aliando a ele, a preservação do patrimônio e o investimento em cultura, o que contribuirá, temos certeza, para desfazer o estigma de região miserável e violenta que a grande mídia ainda nos impõe.
Em reuniões sistemáticas este Fórum se debruçou sobre as diretrizes apontadas em nossas conferências municipais,e traçamos algumas estratégias prioritárias, tais como:
A construção de equipamentos de cultura, de caráter regional, financiados e gerenciados em parceria com a União e Governo do Estado;
Investimentos diretos ou intermediação da Secretaria de Estado de Cultura e do Ministério da Cultura na criação, ampliação e reforma de espaços culturais da região;
Continuidade e ampliação de programas de apoio a cultura para a região;
Criação de contrapartidas obrigatórias das grandes empresas, que fazem uso das leis de renúncia fiscal, para investimentos culturais na Baixada Fluminense e outras regiões do interior do estado.
Realização de programas e projetos municipais, estadual e federal, que tenham como meta, a capacitação e a ampliação da oferta de trabalho e renda de agentes culturais;
Buscar que os investimentos em cultura, do Estado e da União, na Baixada Fluminense sejam de fato, instrumentos de desenvolvimento humano, e para isso é necessário que eles sejam, no mínimo, proporcionais ao recolhimento dos nossos impostos.
Desenvolvimento de ações transversais de combate a miséria e a violência, entendendo sua origem, não atuando somente com ações paliativas, observando que ninguém se torna violento e miserável de uma hora pra outra, iniciando assim um processo, atuando na sua fonte. Essa proposta deve ser em caráter emergencial, levando-se em conta os grandes eventos internacionais que o Estado do RJ receberá, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Devemos lembrar também, da primeira conquista desse Fórum. Ao provocar o Estado na solicitação de investimos para a região, conseguimos o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cultural dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro (PADEC), parceria da Secretaria de Estado de Cultura com o Ministério da Cultura, e que mesmo tendo sido um investimento de pequeno porte, tem um sentido simbólico bastante relevante, devendo ser olhado como o início de um novo tempo e o resgate de uma dívida contraída por décadas de omissão e descaso.
Por fim, dizer acreditar que através da nossa organização e articulação, este fórum trabalhará muito para que seja realizado o consórcio regional de cultura que ampliará as possibilidades de ações de maneira bastante significativa, permitindo que a população da Baixada Fluminense atinja a cidadania plena, se apropriando definitivamente de seu destino para que possa ser mais feliz, e desta forma nós, atuais gestores, saudaremos uma divida de décadas de desatenção com a honrada região da Baixada Fluminense.
Muito obrigado.
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Temos uma luta boa pela frente, mas como somos apaixonados teremos muitas conquistas!!! bjo no seu coração minha grande amiga.
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